Transcrevo o texto que acompanha a planta da cidade, referente à zona, que incluía a área da Ribeira / Barredo, publicados no
PLANO DIRECTOR DA CIDADE DO PORTO
Quinta Parte
III Volume
APRESENTAÇÃO DOS ESTUDOS DE PORMENOR
Valorização da zona de interesse arquitectónico.
Dentro do plano de renovação da zona central de interesse arquitectónico, prevêem-se dois tipos de actuação:
1.º) Demolição de alguns quarteirões interiores para melhoria das condições de salubridade dos restantes, onde por sua vez serão feitas obras de restauro e conservação.
2.º) Introdução de edifícios novos que, pela sua utilização, possam constituir elementos de interesse capazes de fomentar actividades ligadas à cultura ou ao turismo eu progressivamente atraiam uma vida nova a essas zonas.
Na zona envolvente da “acrópole” da Sé, após a demolição de vários quarteirões entre a Rua da Bainharia e a dos Canastreiros, será lançada uma rua ligando o Largo de s. Domingos a um edifício de interesse público, implantado a uma cota ligeiramente inferior à da Rua de D. Hugo e com acesso por ela. Outra ligação do mesmo edifício com a praça da Ribeira será feita por duas rampas helicoidais, com trânsito de senrido único, envolvendo um parque de estacionamento em diversos pavimentos sobrepostos.
Estas obras permitirão a organização de vários percursos turísticos para visita aos diversos monumentos, sem necessidade de retornos ou subidas fatigantes.
Prevê-se também a “colmatação” do alinhamento de prédios sobre a arcaria da Ribeira, que será feita por um edifício actual cujas características se integrem na paisagem urbana existente.
No arranjo da praça do Infante D. Henrique serão eliminadas as ruas que ladeiam o espaço verde central pelos lados poente e norte sendo este último ocupado por um edifício de interesse público.
Pela unificação de espaços, conseguida com a supressão dos arruamentos, obter-se-á uma monumentalidade adequada aos diversos monumentos do local, acentuada ainda pela abertura de vistas para o rio após a demolição do quarteirão entre a igreja de S. Nicolau e a rua da Alfândega.
Como complemento deste arranjo, será construído um parque de estacionamento de 3 pavimentos no local onde actualmente se encontra o mercado de Ferreira Borges.
Planta publicada no
PLANO DIRECTOR DA CIDADE DO PORTO
III VOLUME
APRESENTAÇÃO DOS ESTUDOS DE PORMENOR
Valorização da zona de interesse arquitectónico
EDIÇÃO DA CÂMARA MUNICIPAL DO PORTO
1962
PLANO DIRECTOR DA CIDADE DO PORTO
III VOLUME
APRESENTAÇÃO DOS ESTUDOS DE PORMENOR
Valorização da zona de interesse arquitectónico
EDIÇÃO DA CÂMARA MUNICIPAL DO PORTO
1962
Há poucos dias, encontrei este blog, e desde esse dia, ciclicamente o consulto para tomar conhecimento de coisas, novas, de que já tinha ouvido falar, nos trabalhos de recuperação que foram feitos no Barredo e que inexplicavelmente foram terminados, dizem que já há alguns anos.... Não se percebe tal atitude, mas não surpreende, face à completa ausência de uma prespectiva de desenvolvimento para a cidade, do
ResponderEliminaractual Presidente da Câmara do Porto. O texto que acabo de ler, que parece ter sido retirado ou extraído de um Plano Director para a Cidade do Porto, com data de 1962, é ilucidativo do conjunto de asneiras que a cidade tem sofrido ao longo do tempo e assim já nada me admira, o que tem acontecido. O conteúdo do texto do Plano Director (mais um Plano Director, que para pouco serviu e, com aquele contexto, ainda bem......) enquadra-se perfeitamente no conjunto de acções que têm aniquilado a cidade e de que a célebre Porto 2001 (Capital da Cultura) foi um dos momentos altos, sem ter alcançado tão elevado grau de disparate, ... mas vontade não lhes faltava!
Parece que esta cidade, mais do que a apregoada "Cidade da Ciência" é mais uma "Cidade do Disparate" enquadrando-se e dando continuidade a uma tradição de disparates.
Leiam este texto de 1962 do Plano Director da Cidade do Porto!